Espaço do arquiteto com AURORA Arquitectos FURO Architecture Studio
Fundado em 2010 por Sofia Couto e Sérgio Antunes, o atelier Aurora Arquitectos foi a consequência natural de um trabalho desenvolvido em conjunto nos anos anteriores. O percurso começou durante o período académico, tendo-se fortalecido com a experiência profissional com o colectivo Kaputt!
Actualmente com uma equipa ampliada a outros elementos, o atelier tem como objecto de trabalho projectos das mais variadas escalas, de pequenas casas a edifícios de habitação, bem como equipamentos culturais. Recentemente, a área mais desenvolvida é a reabilitação urbana, que representa um foco de especialização e investigação para o atelier.
Na sua abordagem é particularmente importante a reacção ao local que se encontra, daquilo que faz parte da existência desse espaço e de outros elementos da construção (por vezes, com centenas de anos). O desafio é, por isso, interpretar, esmiuçar, copiar, distorcer e até ironizar essas matérias-primas, para que sejam devolvidas ao local de uma forma nova e inesperada.
Cada caso é acompanhado de uma forma atenta e personalizada, procurando-se assim uma solução distinta, que torna cada projecto uma experiência singular. Perante os condicionalismos encontrados (legais, orçamentais, programáticos ou de constrangimentos de obra), os esforços vão no sentido de vencer os momentos chave do projecto, momentos esses que culminam no espaço construído, dando sentido a tudo o resto.
FURO é um atelier de arquitectura com base em Lisboa, Portugal. Foi fundado em 2014 por António Louro depois da sua experiência de dez anos como fundador do colectivo de arte e arquitectura MOOV.
O trabalho do atelier pode ser dividido em dois ramos principais: um ancorado dentro das fronteiras tradicionais da arquitectura constituído pelo desenho de edifícios e reabilitação de construções existentes; e outro que explora arquitecturas temporárias como o desenho de exposições, instalações, pavilhões, performances e outras estruturas efêmeras. O resultado mais experimental do ramo de arquitectura não-permanente influencia e fortalece o trabalho mais permanente do atelier.
Desde o início do atelier, uma parte substancial do nosso trabalho tem sido desenvolvido dentro do quadro de longas colaborações com várias instituições, marcas, ateliers e artistas como o MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia; Belluard Bollwerk Art Festival, Transforma AC, Time Out Market, Underdogs entre outros.
O projeto
O projecto é composto por um conjunto de edifícios residenciais com cerca de 3300 m2 localizados em Cascais. A arquitectura é assinada pelos ateliers Aurora Arquitectos e FURO.
O terreno e as frentes de rua com uma enorme diferença de cota, foram o principio gerador para criar quatro volumes de casas geminadas Cada uma das oito casas organiza-se em três pisos, sendo o intermédio o piso social. Conceptualmente este piso é uma planta aberta compartimentada por volumes funcionais que tanto podem albergar a cozinha, uma instalação sanitária ou um armário. A fachada é completamente envidraçada. A fluidez da planta e a transparência da fachada conjugam-se de modo a dar perceção de continuidade entre o pavimento interior e a superfície exterior ajardinada que cobre a garagem e que está de nível com este piso.
Os restantes pisos albergam os quartos e são desenhados de um modo mais reservado com vãos mais contidos e panos de fachada revestidos a tijoleira manual.
Na cobertura de cada casa, um terraço e uma piscina oferecem uma vista ampla sobre a baia de Cascais e evocam a relação hedonista que esta cidade tem com o mar e o “verão”.
A unir todos os volumes, uma garagem semi-enterrada que aproveita a diferença de cotas para se abrir a norte e comunicar diretamente com o jardim – uma casa para automóveis.
Os arranjos exteriores, da autoria do atelier Baldios, ajudam a definir três áreas distintas: a sul, a área correspondente à cobertura da garagem, vegetação rasteira, arbustos e caminhos resolvem o acesso às casas; a norte uma zona mais plana apresenta-se com cobertura vegetal tipo prado e equipamentos de madeira que convidam à permanência; ainda mais a norte, uma zona de acentuado declive recebe vegetação de maior porte que atenua a volumetria dos edifícios quando vistos da rua à cota mais baixa. Todas estas áreas estão ligadas por caminhos que convidam à exploração.
Quais as referências que serviram como ponto de partida para o conceito arquitetónico?
O projecto tem uma relação com o espaço exterior próximo de alguma arquitectura brasileira e uma materialidade própria da Europa Central.
Quais os fatores que pesaram na escolha da Tira Romana? Quais as vantagens construtivas na utilização da mesma, de uma forma não convencional?
É um material que tem uma expressão muito interessante, com um equilíbrio entre o industrial e o manual, resultando numa textura vibrante.
Como vê a utilização de revestimentos cerâmicos como o Tijolo Face à Vista ou a Tira Romana, no panorama futuro da arquitetura em Portugal?
As questões da sustentabilidade fazem reequacionar os métodos construtivos onde poderão reaparecer paredes com grande massa térmica e capazes de receber cargas.
Podemos esperar da Aurora Arquitectos, novos projetos com revestimentos cerâmicos?
Sim, em breve!