Categoria
Arquitectura, Projecto
Material
Tijolo Face à Vista
Ano
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Arquitecto
Arq. Alexandre Marques Pereira
Projecto
Escola Conde de Monsaraz
Fotografia
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Espaço do arquiteto com o Arq. Alexandre Marques Pereira
Nesta edição do Espaço do arquiteto, falámos com o Arq. Alexandre Marques Pereira, acerca do seu projecto Escola Conde de Monsaraz, em Reguengos de Monsaraz. O Projecto de Reabilitação desta Escola, insere-se no Programa de Modernização das Escolas com Ensino Secundário, desenvolvido e implementado pela Parque Escolar.
Apresentação do Arq. Alexandre Marques Pereira
Nasceu em Lisboa, Portugal, em 1962. Entrou em 1981 para a ESBAP, permanecendo na Escola do Porto nos dois primeiros anos, sendo Licenciado em arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa em 1986. Ingressou em 1986 no atelier do arquiteto Manuel Tainha, estabeleceu o seu próprio atelier na cidade de Lisboa em 1996. É docente na Universidade Lusíada de Lisboa, Portugal, desde 1993, tendo concluído em 2000 as Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Cientifica. Foi Visiting Professor em 2006 na Universidade de Auburn, Alabama U.S.A. Em Julho de 2012 termina o Doutoramento em Arquitectura (na área de projecto), na Universidade Lusíada de Lisboa, sobre as relações na área de projecto entre a Europa do Norte e a Europa do Sul. Participa como júri convidado no Concurso Internacional EUROPAN edições de 2000,2003 e na edição de 2007. Tem obra publicada em diversas publicações de arquitectura nacionais e estrangeiras, tendo sido selecionado em 2013 com a obra da Biblioteca Municipal de Sintra, para a Exposição a realizar em S.Paulo, no Brasil sobre os últimos 20 anos da Arquitectura Portuguesa “Descrição a Nova Visibilidade”, e selecionado para a segunda edição da exposição HABITAR PORTUGAL-2003-2005. É desde Janeiro de 2007 até 2009, colaborador permanente na revista de arquitectura, Arquitectura e Vida, sendo responsável pela área de obras e projectos. Em 2009 abre a empresa ALEXANDRE MARQUES PEREIRA – ARQUITECTURA UNIPESSOAL, LDA. http://www.alexandremarquespereira.com
Qual é o conceito da Escola Conde Monsaraz?
Na realidade aqui neste caso, como em tantos outros, não existiu um conceito. Existiram, sim diversas possibilidades de resposta, seja ao programa, como ao sítio, às pré-existências ou às contingências económicas. Assim posso dizer, que existiram diversas intenções de diversa natureza, que se foram materializando em soluções de projecto . Passando acima de tudo, pela ideia de procurar construir uma arquitectura, com espaços de diferentes caracteres e escalas, que se constitua no seu todo como um lugar confortável, seguro e aprazível, para o encontro, para o estudo, para o lazer, enfim para a vida numa escola. Daqui, a procura da criação de diversos espaços de relação entre o interior e o exterior, os chamados espaços de fronteira, aqui espaços de sombra, para estar, para percorrer, ou que seja.
Tem em conta os problemas ambientais e de sustentabilidade na concepção dos seus projectos?
Penso, que as chamadas questões da sustentabilidade e dos problemas ambientais, de algum modo sempre estiveram presentes nas boas práticas da arquitectura, desde o tempo de Vitrúvio até à arquitectura moderna e actual. Assim, na medida do bom senso, tento sempre incorporar em qualquer projecto, estas questões, mas sempre de uma forma natural e não forçada e ostensiva.
Quais as vantagens do Tijolo Face à Vista?
Grande parte das vantagens do Tijolo maciço aparente, estão ligadas com a pergunta anterior. Ou seja na melhoria das condições de isolamento térmico de qualquer construção, e como consequência de uma forma passiva minorar, os gastos com energia, seja no aquecimento, como no arrefecimento.
Qual foi o porquê de pintar o tijolo de branco?
A ideia de pintar o tijolo de branco, é uma ideia que me persegue há alguns anos, e na realidade vem das minhas viagens à Escandinávia, nomeadamente á Dinamarca, onde é prática recorrente, e não somente na arquitectura moderna. Assim, já antes tinha projectado e construído, um pequeno pavilhão de jardim em Lisboa, com tijolo pintado de branco, e agora em pleno Alentejo fazia todo o sentido aplicar essa solução, numa obra de outra escala.
Quais foram os maiores desafios na concepção do Projecto?
Na fase de desenvolvimento do Projecto, os maiores desafios, foram basicamente na interpretação deste programa em especifico, pois a Parque Escolar, tinha ideias muito precisas para grande parte das unidades programáticas, e depois foi o adaptar tudo isso e algumas das ideias já descritas, a um Projecto de Reabilitação, cuja base existente não tinha grande qualidade arquitectónica.
A utilização do TFV tem influência no sentido estético da obra?
Na realidade qualquer que sejam os matérias e os acabamentos usados, em qualquer obra existe sempre uma reação qualquer de natureza estética, seja positivamente, ou negativamente, isto claro para quem tenha o mínimo de sensibilidade nesta matéria. Neste caso, penso que o resultado final foi muito bem aceite, por todos os intervenientes, sejam os professores, alunos, até aos técnicos do Parque Escolar.
Como classifica a utilização do Tijolo de Face à Vista na arquitectura nacional?
Penso que no caso nacional, esta opção não é mais generalizada nos dias que correm, basicamente por questões económicas. Pois infelizmente não existe uma cultura de projecto, no sentido de optar por um custo do investimento inicial um pouco superior, que se irá refletir numa posterior economia significativa, a médio e longo prazo, seja em custos de manutenção, seja em poupanças energéticas, e na procura da melhoria das questões de conforto geral.