Categoria
Arquitectura, Projecto
Material
Paver Cerâmico Castanho Mondego
Ano
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Arquitecto
Arq. Carlos Almeida Marques
Projecto
Centro Comunitário Paroquial de Famões
Fotografia
***
Espaço do arquiteto com Arq. Carlos Almeida Marques
Nesta edição do Espaço do arquiteto, falámos com o Arq. Carlos Almeida Marques, acerca do Centro Comunitário Paroquial de Famões, projecto onde foi utilizado Paver Cerâmico Castanho Mondego da Cerâmica Vale da Gândara.
Apresentação do Arq. Carlos Almeida Marques
Carlos Almeida Marques, nasceu em 1958 na cidade de São Paulo – Brasil, vivendo desde 1964 em Portugal. Em 1982, obteve a licenciatura em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura de Lisboa e em 1984, a pós-graduação em Arquitetura Tropical pela mesma instituição. O grau de Mestre em Planeamento Regional e Urbano foi-lhe atribuído em 2004 pela Universidade Técnica de Lisboa, e em 2007, o Diploma de Estudos Avanzados pela Universidad de Extremadura. Em 2010 concluiu um Doutoramento em Ciências Sociais e Administração Pública, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, onde é Investigador Integrado do Centro de Administração e Políticas Públicas. Encontra-se atualmente a concluir um Doutoramento Europeu em Planeamento Urbano pelo Instituto Superior de Ciências Ambientales da Universidad Complutense de Madrid. A sua atividade profissional tem sido especialmente dirigida à conceção de edifícios públicos e coordenação de planos municipais de ordenamento do território. Paralelamente investiga e escreve nas áreas teóricas do urbanismo e planeamento cultural urbano, com publicações e conferências em Portugal e no estrangeiro.
Qual é o conceito do Centro Comunitário Paroquial de Famões?
O projeto do Centro Social pretende assumir um carácter de referência no contexto da morfologia urbana do local, quer pela sua expressão arquitetónica, quer pela forma como a sua estrutura espacial se vai articular com o espaço urbano envolvente. O ordenamento urbano do local, resulta da proposta do projeto de loteamento do “Casal das Comendadeiras e São Sebastião”, surgindo o Centro Paroquial existente e o futuro Centro Social como espaço nuclear nesta nova urbanização, onde se prevê a construção de edifícios para habitação plurifamiliar, comércio e serviços. A arquitetura do Centro Social foi elaborada com base em três sistemas compositivos complementares que o projeto procura integrar, de modo a formar uma unidade compositiva. Primeiro sistema – formado pelos aspetos urbanísticos, que constituem um conjunto de condições de base, pré-determinadas, a que o projeto deve dar resposta adequada, por forma a obter a referida integração urbanística, que podemos classificar de nível primário. Segundo sistema – constituído pelas relações estritamente arquitetónicas de espaço, volume, proporção, estrutura, que constituem os elementos de trabalho sobre o qual assenta a proposta estética da composição arquitectónica elaborada segundo uma dupla referência compositiva: – Um eixo de composição sobre o qual evolui o edifício; – E um volume como elemento hierárquico em torno do qual se articulam todos os volumes propostos. Terceiro sistema – corresponde ao programa funcional previsto para cada valência do Centro Social e cuja organização espacial resultou da conjugação das necessidades de espaço exigidas e do estabelecimento dos fatores de complementaridade ou incompatibilidade técnica ou funcional. O que está construído corresponde à primeira fase do projecto, devendo este ser entendido como um conjunto formado por três corpos, conforme se pode constatar na imagem seguinte.
Quais foram os grandes desafios ao conceber o projecto?
No que concerne aos desafios na conceção e desenho urbano importa referir alguns dos aspetos principais, que influenciaram de modo determinante a conceção arquitetónica do Centro Social: O projeto de urbanização da Quinta das Comendadeiras definiu a geometria do lote de terreno e a estrutura viária envolvente; Também o projeto da futura Igreja e Centro Paroquial, estabelecem do ponto de vista arquitetónico uma relação direta com o edifício do Centro Social; Outro aspeto que importa relevar é o que se refere ao caminho de serventia que existe entre os dois conjuntos edificados, o qual foi tomado como um dos eixos principais da composição do desenho urbano proposto. Por outro lado, a existência de uma habitação “encravada” no terreno de cedência para área de equipamento, afetou a composição e a funcionalidade do conjunto arquitetónico;
Quais são as maiores vantagens da utilização do Paver Cerâmico?
Optou-se por esta solução por permitir elaborar uma estereometria versátil, ajustável ao declive do pátio central e dos restantes espaços exteriores em que o PAVER foi aplicado. O enquadramento das caleiras de escoamento de águas, dos remates entre pavimento e paredes e as escadas, são feitos com o PAVER cerâmico colocado ao cutelo, verificando-se assim uma perfeita coerência entre materiais nos pavimentos exteriores. Textura, adaptabilidade à modelação do terreno, material de tradição mediterrânica.
As qualidades físicas do Paver Cerâmico foram determinantes, para a sua aplicação neste projecto?
Sim, porque é um material resistente sem ser um material visualmente “duro”. Para além disto, tem uma versatilidade e adaptabilidade a diferentes superfícies como as escadas e caleiras.
Porquê a opção pela cor castanho mondego?
A escolha da cor castanha surgiu como ponto de contraste com o branco do edifício.
Teve em conta os problemas ambientais e de sustentabilidade na concepção deste projecto?
Sim, e pensando por exemplo no paver cerâmico, este é um material natural, terroso e que permite uma aplicação onde se priveligia a permeabilidade dos terrenos.
Como vê a Arquitectura Portuguesa no mundo? Acha que está devidamente representada?
Acredito que está devidamente representada, sim, temos como confirmação disso os diversos prémios atribuidos a projectos e arquitetos portugueses. No entanto, poderá sempre ser mais divulgada.