Categoria

Arquitectura, Projecto

Material

Tijolo Face à Vista Cinza Douro

Ano

***

Arquitecto

CREAR

Projecto

Centro Escolar de Urgezes

Fotografia

***

Espaço do arquiteto com o atelier CREAR

Nesta nova edição do Espaço do arquiteto, falámos com o atelier CREAR, que é constituído pelos arquitetos Fernando Machado, António do Vale, Rui Silva, Manuel Antunes, acerca do Centro Escolar de Urgezes em Guimarães, e onde foi utilizado Tijolo Face à Vista Klinker Cinza Douro da Cerâmica Vale da Gândara.

Apresentação do atelier CREAR

A CREAR, fundada em 1989, é uma empresa de prestação de serviços no âmbito da Arquitetura e Engenharias, que para além do arquiteto gerente, conta com três arquitetos e um desenhador em carácter permanente. Tem também a colaboração eventual de arquitetos estagiários, e a colaboração regular de vários gabinetes de Engenharias. A CREAR privilegia o desenho de comunicação para a obra e todo o processo de acompanhamento técnico em todas as fases da obra, até à pormenorização final, arranjos exteriores e decoração interior. Desde há alguns anos a esta parte, a CREAR mantém uma colaboração com um gabinete de arquitetura externo, a “Art Cittá”, desenvolvendo vários projetos de edifícios de habitação, hotelaria, serviços e comércio e planeamento urbano no estrangeiro. Entendemos a expressão do projeto como consequencia do vasto trabalho da equipa que coordenamos e que sedimentamos através duma acumulada experiencia de trabalho de conjunto, em que cada novo projeto é sempre encarado com renovadas energias e expectativas. www.crear.pt

De que modo a conceção do Centro Escolar de Urgezes, teve em linha de conta a escola como espaço de formação integral das crianças e jovens?

O conceção do projeto obedeceu ao rigoroso cumprimento do estabelecido no Caderno de Encargos. A “escola” com as suas duas vertentes principais na sociedade, por um lado como fonte de conhecimento e por outro como espaço de “socialização” das crianças e jovens, estrutura uma ideia de projeto em que a “arquitetura” responda positivamente, com espaços agradáveis, funcionais, com relações francas com a paisagem envolvente, iluminação natural e espaços de convivio em francas relações com a paisagem envolvente, que neste caso em particular é muito agradável. Outras questões importantes centraram-se nas particularidades do terreno, da topografia e na inserção urbana do edifício, estacionamentos, novo arruamento criado e articulação futura com a malha urbana existente.

A interligação do edificado com o meio envolvente foi uma preocupação no design do projeto?

Sim, o edíficio, pela extensão do programa e das áreas necessárias constituiu um desafio, na procura duma solução com presença sóbria na paisagem, em que as volumetrias se “encaixam” no terreno seguindo as linhas da topografia e definições da matriz urbana e ligações à malha pré-existente. Procurou-se uma solução aberta à paisagem, com amplos espaços de recreio orientados a Sudeste em que a volumetria da sala polivalente/ refeitório relaciona entre pré-escolar e primeiro ciclo.

Sendo a escola um espaço público que se pretende com baixa manutenção, alta durabilidade e bom desempenho energético, qual a importância de utilização de tijolo face à vista nas fachadas e no interior?

A experiencia do gabinete com o tijolo de face à vista teve bons resultados no passado, precisamente pelas razões referidas: durabilidade e bom desempenho energético, daí que tenha sido uma opção “fácil”. Agrada-nos também o resultado plástico do material, nesta opção particular a cor e resultado do conjunto nas paredes exteriores e interiores. Atualmente, em Portugal, o variado leque de oferta, com muitas propostas de cores, dimensões e acabamentos pensamos que poderá trazer um novo incentivo a um material que achamos que entre nós deveria ser mais utilizado.

A exigência de durabilidade e baixa manutenção, que em edifícios de utilização pública deve ser um fator primordial, influenciou a escolha do material de revestimento?

Sim, foi um dos fatores, juntamente com as já referidas qualidade de desempenho energético e as menos objetivas questões estéticas do material e a imagem que o material transmite ao edifício.

Qual a razão para a escolha da cor Cinza Douro?

Pretendia-se uma tonalidade sobre o escuro, que combinasse bem com as tonalidades de outros materiais com forte presença na arquitectura: as chapas cinza e negras das caixilharias.

Tem em conta os problemas ambientais e de sustentabilidade na concepção dos seus projectos?

Sim, e cada vez mais. Os projetos devem também ser adequados ao que a tecnologia atual da construção civil nos permite. Acreditamos que devem ser os técnicos a incentivar os clientes nas questões da redução do impacto ambiental e utilização de materiais e sistemas com menores consumos de energia e transmissibilidades térmicas. É na arquitetura que o processo se inicia, mas o desenvolvimento dos projetos de especialidades deve segui essa linha de pensamento. São questões de base nos projetos uma boa orientação solar, o cuidado na orientação e dimensionamento dos envidraçados, a utilização de sistemas de proteção solar, a presença estratégica de espaços verdes e/ ou água, a ventilação natural e adequação dos materiais às diferentes situações, sempre na perspetiva da redução do impacto ambiental e otimização dos consumos energéticos do edifício na sua vida. Os projetos têm de avançar no sentido do cumprimento dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável, para benefício de toda a sociedade, devendo esse esforço ser conjunto entre técnicos projetistas, universidades e industria tecnológica que nos apoia e fornece as nossas obras.

Quais foram os maiores desafios na concepção do Projecto?

A procura dum conjunto edificado que se integrasse na paisagem natural, inevitavelmente transformando-a, mas não a destruindo. O edíficio deve utilizar esses “recursos” que o local nos oferece e utilizá-los na organização dos espaços, no design das fachadas, nos pormenores, na seleção dos materiais, tudo duma forma equlibrada, tendo em conta todas as questões inerentes ao programa do projeto.

Como classifica a utilização do Tijolo de Face à Vista na arquitectura nacional?

É um material que está presente em muitas obras “de referencia” da Arquitetura e que, quando passados alguns anos as visitamos, percebemos porque deveria ser mais utilizado, como na maior parte dos países Europeus. Deveria, portanto ser equacionada mais vezes a sua utilização, pois entendemos que é muito adequado às características climáticas do nosso país.